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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Disputa política apimenta o superclássico entre Barcelona e Real Madrid

A rivalidade entre Barcelona e Real Madrid vai muito além do futebol e, nesta quarta-feira, colocará em destaque um componente político que parece favorável ao time da capital mas que, em campo, tem sido benéfico ao clube catalão.
A decisão da Copa do Rei ocorrerá no estádio Mestalla, em Valencia, um campo neutro que terá de um lado milhares de bandeiras da Espanha e, do outro, uma torcida que vaiou em 2009 o hino nacional. No meio disso, o rei Juan Carlos, cuja coroa é tão associada ao Real Madrid.
O clube merengue venceu menos vezes a Copa do Rei que o rival catalão (são 17 títulos contra 25). E os confrontos entre eles no segundo principal torneio espanhol têm a supremacia do Barça: 14 vitórias e nove derrotas.
Apesar desse retrospecto, a imprensa espanhola noticiou uma declaração extraoficial de Piqué, zagueiro do Barcelona, após o 1 a 1 no clássico em Madri no sábado: "Espanholitos, vamos ganhar a Copa de vosso Rei!".
Muito se fala na Espanha da ligação histórica do Real Madrid com o ditador Francisco Franco, que comandou a Espanha de 1939 a 1975. Mas no período o Barça ganhou mais copas no país do que o Real - nove contra seis.
Nos primeiros 14 anos de poder de Franco, cujo time de coração consta ser o Atlético de Madri, o Real não foi campeão espanhol, enquanto o rival faturou cinco ligas.
Se há a fama de favorecimento do governo ao Real no passado, há quem associe como resposta a grande fase do Barcelona ao governo de José Luis Zapatero. Desde que ele virou presidente em 2004, o Barça, seu time, domina o Real como nunca.
Foram oito vitórias, quatro delas no Santiago Bernabéu, e quatro derrotas, com 32 gols pró e 19 contra. Nesse período, com direito a 5 a 0 e 6 a 2, o Barcelona venceu duas Copas dos Campeões, e o Real vive seca no torneio.
O Barcelona encaixou série de cinco vitórias sobre o rival e acumulou 12 gols pró sem ter levado nenhum até o tento de Cristiano Ronaldo no final do jogo de sábado.
Zapatero, em visita recente à China, não quis falar muito dos duelos com o Real, mas disse: "Sabem perfeitamente onde está o meu coração".
O hino espanhol será tocado em volume alto (120 decibéis) para abafar possíveis vaias e protestos durante sua execução por parte da torcida catalã, que deve ter 20 mil pessoas no estádio.
"O hino da Espanha deve ser respeitado, assim como a entrada do rei no estádio. Não se deve vaiar", falou Guardiola, técnico do Barça.
Para o técnico do Real, José Mourinho, a decisão "não tem favorito", e a tendência em finais é de "jogos equilibrados". "É a primeira final com o Real, mas tenho muitas’’, disse José Mourinho. Já Guardiola, do Barcelona, afirmou não se importar com a tática rival. "Eles dependerão do que fizermos", disse o técnico.

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